domingo, 19 de abril de 2015

Um Conto Quase Macabro

CRÔNICA

Aconteceu na Transilvânia, que um homem, ao comprar mantimentos em uma feira, esbarrou sem querer em Rufus, um homem sinistro que também fazia compras. Todas as sacolas de Rufus foram ao chão e se rasgaram, fazendo com que os alimentos rolassem ou se sujassem ao chão de terra úmida daquela pequena vila. O prefeito estava por perto e deu uma risada. Em seguida, as pessoas que estavam ali começaram a rir sem parar quando Rufus tentava apanhar todas as frutas que rolavam pelo chão.

O homem com toda simplicidade pedia desculpas pelo acontecido e oferecia sua sacola de frutas para que Rufus não se sentisse prejudicado. Rufus era um lacaio, servo de um homem sombrio discípulo de Drácula, e não aceitava as desculpas de forma alguma. Disse que iria contar para o Conde Kalbert e que o homem comum seria o primeiro que sofreria, em seguida o prefeito e depois toda a população. Seriam transformados em vampiros pelo seu mestre. De humor para horror, todos se apavoraram e começavam a culpar o homem que esbarrou em Rufus quando um mestre interrompeu a algazarra e reuniu todos para um conselho.

Rufus ao chegar na mansão, contou que a população zombava e duvidada do poder de Kalbert. Que faziam chacota dele não poder sair durante o dia e que enviava seu lacaio. Karlbert furioso seguiu o plano de Rufus e foi visitar primeiro o homem comum à meia-noite.

Em um casebre sem riqueza, sem lacaio ou seguidores, morava o homem que esbarrou em Rufus. Karlbert foi disfarçado de peregrino e acordou o homem ao bater firmemente na porta. Ele abriu a porta e viu a figura de um homem de costas que pedia abrigo por um período. Afirmou que sofreu um ataque, ladrões de carga, na estrada. O homem disse que havia água e comida num pequeno depósito do lado de fora e se quisesse poderia até dormir lá. O falso peregrino insistiu e o homem negou três vezes. Por fim, despediu dizendo que tudo que estivesse no depósito era o que comprara mais cedo e contou sua versão dos fatos. Karlbert assim desistiu e foi embora.

O mestre na vila havia aconselhado à todos que não se apavorassem. Apenas deveriam ter cautela ao andar nas ruas e becos na madrugada e dizer não a qualquer pessoa que pedisse para entrar em suas casas. Porque só entra em você o que você permitiu entrar. Se alguém lhe oferece o veneno da inveja, orgulho, ciúme, rancor, ódio e até das maldições e você tem a coragem de dizer "não", aquele veneno não entrará na sua vida.










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